sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A XUXA TINHA RAZÃO







Mês de Dezembro, mês de festas, de comemorações, mês em que será realizado um dos maiores eventos de música eletrônica voltados ao Psy Trance do norte do Brasil, a festa “A Xuxa Tinha Razão” que esse ano completa três anos de existência e sucesso.

O blog “Manga Alternativa”, antenado com os eventos undergrounds de nossa terrinha, resolveu bater um papo com Ricardo Carvalho “fofuxo”, um dos organizadores dessa grande festa que ocorrerá no dia 13 de Dezembro de 2008.

O início de tudo!

Em Julho de 2005, dois amigos paraenses, fãs de Psy Trance resolveram realizar uma grande aventura, viajar pela primeira vez a um Festival de música eletrônica. Eles só não contavam que tal viagem ficaria marcada em suas vidas, assim como dariam novos rumos ao cenário de música eletrônica (principalmente ao Psy Trance) em Belém.
O Festival era a Trancendence, um dos maiores de nosso país, contando com cinco dias ininterruptos de festa, sempre relacionando música, natureza e consciência ambiental, cultura, arte em geral e muita, mas muita psicodelia, um estilo totalmente voltado ao conceito pregado pelos amantes do trance psicodélico.
Os dois amigos, Ricardo Carvalho e Waldiney Júnior, ficaram tão maravilhados com aquele conceito que resolveram mostrar a seus amigos o que haviam aprendido. Inclusive que, estavam decididos a importar aquele estilo de festa aos solos paraenses.
Sendo assim, juntaram forças e criaram a festa “A Xuxa Tinha Razão”, definindo um padrão diferente das festas de música eletrônica da cidade, sendo de cunho totalmente alternativo, respeitando os princípios aprendidos naquele Festival, assim como também fundaram a produtora “Núcleo X”.
Esse ano, a festa “A Xuxa tinha Razão” está em sua oitava edição, completando 3 anos de existência, sendo referência no norte do Brasil, além de ser respeitada nacionalmente. O sucesso é tão grande que pessoas de diversos Estados comparecem ao evento.
O Bate-papo!

Depois de alguns dias de desencontros, devido as “correrias” de fim de ano, conseguimos bater um papo com Ricardo Carvalho, um dos fundadores da festa e da produtora Núcleo X e saber mais sobre esse evento, além de conversar sobre alguns pontos polêmicos na cena eletrônica em Belém.
MA – Então, primeiramente, obrigado por conceder essa entrevista ao blog manga alternativa.
RC - Que isso Gio, eu que agradeço, fiquei muito feliz pelo convite.
MA - E por segundo, vocês disseram que ao viajar para o Festival Trancendence, tiveram a idéia de trazer o conceito dos festivais a Belém. Mas quando realmente começou a festa Xuxa?

RC - Tudo começou após o Festival, quando eu e o Waldiney retornamos da chapada, viemos decidido a fazer uma festa, a primeira festa da xuxa foi no dia 29 de set. de 2005, menos de 2 meses depois do festival. Foi uma festa open bar que deram 190 pessoas.

MA - Após essa festa, rolou a famosa festa com o Ganjasonic? Ou ainda rolaram mais algumas?

RC - Isso mesmo, depois dessa de setembro, fizemos no mês de abril de 2006 nossa segunda festa, me desculpa, mas não lembro a data exata.

MA - Essa festa com o Ganjasonic foi a que catapultou a condição de uma das melhores festas de Psy Trance da região. Vocês imaginavam aquele mundaréu de pessoas?

RC - Deixa eu esclarecer, esta festa que você está falando, que deu muita gente foi a terceira edição no dia 7 de Setembro de 2006, a de abril foi open bar.

MA - Ah! Deixa ver se eu entendi. Então, rolaram duas festas open bar?

RC – Isso. Em junho desse ano também rolou outra open bar, totalizando 3 festas open bar. O Ganjasonic veio nas duas, pois o sucesso do live na de abril nos empolgou em fazer uma festa maior e trouxemos eles de novo junto com o Beat Gate e Swe Dagon.
Agora primo, nós não esperávamos aquele mundo de gente, porque naquela época não estavam dando nem 500 pessoas, imagina festa afastada do centro da cidade??
Nós encomendamos 1000 pulseiras, e para nosso espanto, meia noite tinham acabado todas, foi foda, pois não estávamos preparados para tanta gente, ai tivemos problemas no nosso bar, a água acabou 4h da manhã e a cerva 8h. Foi foda. Só chegaram os produtos durante a festa.
Vale lembrar que esta festa de setembro q deu muita gente, foi de 24h.

MA - Pode crer! Eu lembro que rolou uma superlotação, mas apesar disso todo mundo falou bem da festa!

RC – Isso.

MA - E depois rolou aquela festa com o Yagé no Natal? Ou rolaram mais algumas antes?

RC - Não.. depois dessa de setembro foi a do natal. Este ano fizemos 3 festas. Trouxemos os lives do Yagé e do Chipset, mais o dj marcel de Araguaina.

MA - O que é bacana é que as atrações da Xuxa sempre foram diferentes das atrações do mainstream do Psy Trance (Eskimo, Skazi, etc.), isso é uma proposta da Xuxa?

RC - Sempre primo! Pois nossa festa não tem nenhum tipo de patrocínio. Primeiramente não temos como pagar esses cachês caros e projetos nem tão conhecidos também fazem a vibe e tipo, optamos por gastar grana em estrutura e decoração, pois não é exclusivamente o dj responsável em fazer a vibe, o principal é o público, e em nossas festas, procuramos proporcionar o máximo de conforto para nosso publico para que sintam-se bem em nossas festas e continuem freqüentadores assíduos.

MA - Peso! E, realmente, isso não se pode negar, o serviço prestado pelas festas da Xuxa como bar, som, iluminação e decor estão de primeiríssima linha.

RC - Para mim o sound system é 50% de uma festa de e-music
MA - Com certeza. Você tocou na questão do patrocínio. No ponto de vista de vocês, como vocês lidam com a questão de não haver patrocínios para as festas de e-music? É um grande problema no entender de vocês? Ou vocês conseguem lidar com a situação?

RC - Primo, no início isso era problema, porque queríamos que nossa festa fosse igual a Tancendence, mas era sonho nosso. Hoje em dia é de boa, com o tempo aprendemos que temos primeiro de estudar as possibilidades, não dá pra gastar 50 mil numa festa se sabemos que o nosso público não passa de 2 mil pessoas, estou falando de festas afastadas do centro de Belém.
Agora o lado negativo da questão patrocínio, é do patrocinador não querer atrelar sua imagem a rave pela questão droga. Somente por isso. Isso me deixa bastante triste.

MA - Vamos pegar um assunto agora que está em discussão entre os freqüentadores e organizadores de festas de e-music aqui no Pará. O que vocês acham da cena de música eletrônica em Belém atualmente? Está melhor ou está caindo? Resumindo, como vocês vêem a cena?

RC - Bom, esse assunto nunca é consenso, mas aqui vai uma opinião pessoal, sem ser pelo núcleo. Em 2005 quando a polícia começou a não liberar os alvarás para as festas de e-music foi o ano em que a cena caiu, caiu não, desabou, porque os núcleos que ganhavam muito dinheiro nas grandes raves trazendo, skazi, eskimo, paranormal e etc. se desinteressaram em fazer pois não teriam o lucro esperado.
Mas no meu ver isso foi bom e por quê??? Porque foi nesse mesmo ano que nós e núcleos como Goadelic e Insanity surgiram. E a partir dai começou uma nova mentalidade na produção de festas.
Devido a repressão da polícia, as festas tiveram de se afastar do centro da cidade, foram para as cidades de Benfica, Benevides, Marituba, etc. E tudo é um processo primo!
No início, as festas mais afastadas eram chamadas de pvt, dando 200, 300 pessoas e hoje podemos observar o crescimento do público nessas festas.
Então, ao meu ver, atualmente, a cena atual ainda está em processo de crescimento e creio que trabalhos sérios que os núcleos estão desenvolvendo vão fazer que a cena cresça mais ainda. Agora primo, estou falando de festas de Psy Trance. Open Air.

MA - Agora sobre a festa de 3 anos! Porque o nome Xuxa: A Evolução? E o que podemos esperar dessa Evolução?

RC - Tudo em nossa vida, passa por evolução, e nós não somos diferentes, nessas 7 festas que fizemos tivemos muitos erros e acertos, e o homem para evoluir precisa errar, errar mais aprender com os erros, e hoje somos um núcleo maduro e claro, uma festa madura, consolidada e respeitada na cena.
E evolução porque acreditamos q a cena está em evolução atualmente, e acreditamos tanto nela, que dessa vez decidimos investir em um live gringo respeitado para comemorar a evolução da nossa festa.
O público pode esperar a maior festa já preparada pelo núcleo, com toda a estrutura, sempre nos preocupamos com a segurança do nosso público, isto é essencial para a nossa credibilidade, isso é um dogma para nos, mais uma vez inovamos, teremos nossa área cultural, com amostra de vídeos, workshop para fabricação e prática de malabares e uma super decoração. A maior tenda que já veio para Belém.
Um palco massa. Cara, o público pode esperar uma super festa, com a marca do núcleo-x para entrar para a história e representar a evolução da cena trance em Belém.

MA – Então é isso. Quer deixar alguma mensagem para os baixinhos da Xuxa? Risos.

RC – Quero. Peço que nosso público vá disposto a se divertir com muita paz no coração para que possa contribuir para fazer uma super vibe, para fecharmos o ano com chave de ouro.

Últimas infos!

Para quem quiser dar uma passeada pela edição de aniversário da festa “A Xuxa tinha Razão”, a festa começará às 21:00 do dia 13 de Dezembro de 2008 e contará com os Lives E-Jekt (Israel), Ganjasonic (Brasil) e Silent Enemy (Brasil/PA), além dos Djs do núcleo e de nossa terrinha.
Maiores informações (mapa, line up, etc.) pelo site http://www.e-nation.org/ e para facilitar mais a vida de vocês vou deixar o link para irem direto ao assunto: http://www.e-nation.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=2407

É isso!

Matéria e entrevista por Giovanni Bitencourt
Obs: Obrigado ao Tinick por ceder gentilmente a imagem.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

ESSE TAL DE ELETRO ROCK!


Depois do sucesso do show do Montage (banda cearense que mistura electro, funk carioca, etc. com rock) no festival e na edição de aniversário da “Se Rasgum produções”, combinadas ao sucesso também de festas periódicas como Meachuta, Pneumática, Bulhufas e Pogobol, o eletro rock vem invadindo a capital paraense e movimentando cada vez mais o cenário alternativo da cidade.
Mas, afinal de contas, muita gente anda se perguntando o que diabos é eletro rock? Á grosso modo, eletro rock seria uma nomenclatura generalizada da fusão entre música eletrônica e rock. Misturam-se instrumentos de rock (guitarra, baixo e bateria) aos equipamentos de música eletrônica (sintetizadores, programas de estúdio, vocoders, etc.).
Esse conceito é tão global que pode engolir vários estilos juntos como Nu-Rock, New Rave, Synth-Pop, EBM (Electronic Body Music), Breakbeats, Big Beat, Trip-Hop, Post-Punk, Rock Industrial, Electro, Disco Punk, Funky Breaks, Electroclash, Drum ‘N’ Bass, e por aí vai.
O público é formado por pessoas sem preconceito que desejam ouvir uma música forte, instigante e dançante, seja ela composta por guitarras ou por sintetizadores¹.
As bandas e projetos que são referências atualmente são: Justice, Simian Mobile Disco, Klaxons, MGMT, Cansei de Ser Sexy, Bonde do Rolê, Montage, etc.; e os que sempre foram referência: Chemical Brothers, New Order, Faithless, Depeche Mode, Fischerspooner, Soft Cell, Crystal Method, Rammstein, Groove Armada, Junkie XL, Underworld, Fatboy Slim, Prodigy, Daft Punk, Human League, Mylo, Gary Numan, Kraftwerk, Apollo 440, Nine Inch Nails, Moby, dentre muitos outros.
Porém, contudo, entretanto é válido ressaltar que essa união não é nova, há muitos anos o rock flerta com equipamentos eletrônicos, bem antes mesmo do aparecimento da música eletrônica como conhecemos hoje.

Rock e Equipamentos Eletrônicos: Um Velho Caso de Amor!

Na segunda metade da década 60, surgia um movimento nos Estados Unidos que se oporia ao rock tradicional dando ele uma forma mais pesada, elástica, cheias de efeitos sonoros, com harmonias contrastantes e experimentais, nascia o rock psicodélico.
As bandas da costa oeste dos Estados unidos como
Beach Boys, Grateful Dead, Quicksilver Messenger Service, Jefferson Airplane e, posteriormente, na Inglaterra com os Beatles (que popularizaram o estilo) e Pink Floyd, usaram e abusaram dos efeitos de estúdio, assim como uma criação recente para época, o sintetizador criando sons bem diferentes do rock tradicional.
O Brasil também nao ficou de fora dessa onda, os Mutantes, Secos e Molhados, Gilberto Gil, Caetano Veloso, etc, também foram responsáveis por usar esse novo conceito em suas músicas, adequando Mpb, rock e efeitos de estúdio, era o Tropicalismo.
Avançando pela década de 70 com a queda do rock psicodélico, o estilo mais popular ficou sendo o rock progressivo, que nasceu de uma variante daquele estilo em queda. O rock fundia-se então com música clássica e jazz fusion, distanciando-se do que ocorreu nos Estados Unidos em que o rock tinha influências diretas do folk e R&B. Além do mais, o uso do sintetizador ficou bem mais frequente.
A partir de então, criaram-se diversos sub-gêneros desse estilo no mundo inteiro, dentre eles tem-se destaque o Krautrock, na Alemanha, de onde surgiriam as primeiras bases para a música eletrônica atual.
No final da década de 70 após o surgimento do movimento punk, nasceram outras bandas como o Joy Division que aliaram o ritmo simples e agressivo do punk rock ao eletrônico dando vez a outros estilos como new wave, synthpop, industrial, EBM que inundaram os anos 80.
Logo depois, surgiria a house music e o techno de Detroit que também influenciaram o rock, como podemos perceber em bandas como Happy Mondays e chegando nos anos 90, o Primal Scream.
É meus amigos, o rock é tão importante para a música eletrônica como ela é ao rock e, como podemos perceber, esse caso de amor é tão duradouro e tão seguro que invadiu o século 21!

É isso!

¹ Frase retirada do site
http://www.91rocknews.com.br/, no anúncio do programa “Electro on the Rocks”.

Sites pesquisados:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock_progressivo
http://www.rockprogressivo.com.br/
www.lagrimapsicodelica.blogspot.com/
pt.wikipedia.org/wiki/Rock_psicodélico/
www.anos80.com.br/
www.synthpop.net/
http://www.91rocknews.com.br/

Escrito por Giovanni Bitencourt

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Futuro dos Djs?


Muito já se discutiu acerca de que o melhor Dj é aquele que mixa com vinil, e que o melhor reprodutor sonoro é o vinil, entretanto a sofisticação do CD e a comodidade do mp3 estão acabando com um preconceito quase que constante no meio de quem pratica a discotecagem.É importante ressaltar que a música eletrônica está em constante modificação por estar intimamente ligada a tecnologia e, graças a isso, alguns conceitos tendem a cair.Atualmente, com o sucesso do WAV, muitos Djs tenderam a usar lap tops, final scratch e até Ipod’s para realizar suas apresentações. Tomando ciência dessa evolução, o renomado Dj Richie Hawtin, considerado um dos melhores Dj’s do mundo zarpou na frente apresentando um verdadeiro show, uma mistura de discotecagem e live p.a., com loops e passagens altamente precisas e efeitos totalmente incomuns para os mixers e cdj’s convencionais.O segredo disso tudo? Você vai aprender agora! O próprio Richie Hawtin, depois de várias turnês mostrando a sua habilidade tanto com vinis, cds e mp3s, contou com Traktor 3 da Native Instruments, Ableton Live e uma versão exclusiva beta do mixer Allen Heath Xone:3D. Ou seja, uma apresentação pra ninguém botar defeito!!!Seria esse o futuro das apresentações dos Dj's?Um pouco mais sobre Richie...Richie Hawtin é uma das figuras chave no desenvolvimento da música eletrônica mundial, sempre estando à frente de projetos de novas tecnologias, sendo essencial para buscar novas formas e estruturas de produção musical.A conceitualidade de suas apresentações não o impediu de se tornar um dos DJs mais requisitados da atualidade, apresentando-se em eventos internacionais de peso como Sónar, Mutek e Homelands.Seus sets, que incorporaram efeitos, final scratch e o uso de ableton live, propuseram expandir o formato de suas apresentações ao vivo, que hoje estão muito além da simples mixagem de discos.Depois de 11 álbuns, e diversos singles e remixes, Hawtin pode ser considerado um dos artistas mais influentes da música eletrônica. Seus projetos Fuse e Plastikman soam atuais até hoje, e tornaram-se referência para toda uma nova geração de produtores e DJs.
Para quem quiser ter uma aula de mixagem, assista a todos os passos no Youtube:
Você ainda não se conformou, quer ter a video aula, baixe no rapidshare:
Quer ver como funciona na pista?? Saque!RiCHIE HAWTIN @ D.EDGE São Paulo
RICHIE HAWTIN TIME WARP 2008 - CLOSING SET
RICHIE HAWTIN @ LOVEPARADE 2008 part 1
Escrito por Giovanni Bitencourt