terça-feira, 11 de maio de 2010

MONDO TRAZ ELI IWASA (SP)


Dia 15 de maio de 2010, a partir das 23h no African Bar vai rolar a festa MONDO com a Dj Eli Iwasa! E com certeza, vai ser a maior festa que a produtora já realizou desde a sua volta!

Eli Iwasa

Começamos pela atração da festa, Dj Eli Iwasa que é residente do novo clube de São Paulo, a Hot Hot (que já atrai elogios do público e da crítica especializada) e é uma das sócias do respeitado clube Kraft de Campinas/SP. Eli Iwasa é considerada a voz do minimal Techno do país. Experiente, já circulou pelas festas mais conceituadas do mundo como a Sonar em Barcelona/ESP, além de festas aclamadas no Brasil como Universo Paralello/BA e Kaballah.Também já dividiu pick ups com diversos nomes fortes da cena eletrônica mundial como Richie Hawtin e David Carreta.
Seu estilo não estanca no minimal Techno, mistura ainda mais gêneros da e-music como tech house, electro e progressive, fazendo de suas apresentações únicas, deixando sua marca nas pistas de dança!

Fervendo na Pista


A festa começa com Dj Eric Rkr, residente das festas MONDO, já conhecido do público por seu passeio em diversas vertentes da música eletrônica como minimal, techno, electro, house, maximal e o que mais achar interessante para pista. Só que dessa vez resolveu inovar chamando o Vj Lusca (Ex-Dj pogobol) para fazer a parte visual da apresentação, mixando imagens simultaneamente as músicas apresentadas no set.

Lusca já tocou em festas da Meachuta, Bulhufas, Pogobol, Durango 95’, e agora estréia como Vj na MONDO. Eric, por sua vez, já tocou em diversas festas em Belém também, dentre elas, Bulhufas, Pogobol, Durango 95’, Meachuta, Xuxa Tinha Razão, entre outras.

A continuação da festa fica por conta do Dj Rafael Dourado, um dos produtores da festa MONDO que passeia pelas vertentes do Techno e Tech House, fazendo a pista dançar! Dourado já tocou com diversos nomes da cena nacional e internacional, dentre eles Forza, China e Dimitri Nakov.

Quem abre para Dj Eli Iwasa é outro conhecido do público, o Dj Marcus Emir que promete o melhor do progressive e electro em seu set, a experiência é confirmada por já ter tocado em diversas festas de renome na cidade, além de ser o fundador das festas MONDO, um dos fundadores da GAP (Goa Amazon Project) e da festa “A Xuxa Tinha Razão”, além de ter discotecado no Universo Paralello/BA.

Os responsáveis por fechar a festa são os também experientes Daniel Leite e Gio que formam o Miniduo, ambos já discotecaram com diversos nomes da cena internacional e nacional como Murphy, Marky, Cleber Portaro, Xrs, Jack, Dimitri Nakov, Eskimo, Forza, Wrecked Machines, Anderson Noise, Felguk, Gaz James, além de terem sido os únicos paraenses a tocar na pista alternativa do Universo Paralello/PA.

Outro que desponta como uma das atrações da festa MONDO é o Vj Rodrigo Sabbá que vai tomar conta das artes visuais da festa, um telão será montado para você ver de perto a viagem que esse rapaz anda fazendo. Rodrigo já tem história da cidade, foi um dos primeiros em Belém a trabalhar como Vj e recentemente fez as artes visuais de evento realizado pela Rede Globo no Rio de Janeiro! Vale a pena conferir!!

MONDO LAB

A festa vai ter para todos os gostos, um exemplo disso é o MONDO LAB, a parte experimental do evento que vai possuir lounge psicodélico, IDM, trip hop, nu jazz, broken beats, atmospheric, dubstep, dub, Uk Garage, e por ai vai. Referências de DJs, teremos Henrique Bueno; Sandro Alab (Live) que vai mostrar músicas próprias somadas a dj set, além de interferências ao vivo; Luan Rodrigues; Daniel Pinheiro.

Histórico MONDO

O Projeto MONDO de Arte e Cultura Alternativa surgiu no início de 2006, às quintas no Mormaço. O evento foi responsável por propagar novos estilos eletrônicos de baixo BPM na cidade. A novidade agradou tanto a vanguarda (saudosa pelas épocas de tecnho na cidade) quanto aos novos participantes, engrenando a cena eletrônica de Belém, já saturada pelo psytrance de sempre. O progressive, estilo atualmente muito tocado nas boates mais badaladas da cidade, por exemplo, ganhou destaque após as festas da MONDO, principalmente após a participação do duo carioca Flow e Zeo (projeto de reconhecimento internacional) em uma das edições do evento em 2007, levando ao Mormaço mais de mil pessoas para prestigiar a nova sensação musical da cidade.

A festa transformou-se em um ponto de encontro fixo para os amantes de música eletrônica, reunindo e divertindo pessoas em um espaço tranqüilo, ventilado, à beira do rio regado à música diferenciada e cerveja gelada por quase um ano.
Após três anos, os amigos Gio, Rafael Dourado e Daniel Leite e Emir decidiram fazer a vontade dos saudosos participantes da festa e organizaram novamente o núcleo da MONDO.

Dessa vez convidaram para o novo staff do núcleo o DJ Eric RKR. A primeira edição da “volta da MONDO” aconteceu em Outubro de 2009 no bar Palafita. O sucesso foi tanto que a dose se repetiu no dia 19 de dezembro, dessa vez no Açaí Biruta, levando aos palcos o DJ Benjamin Ferreira, produtor musical que atualmente vive em São Paulo e no dia 05 de março deste ano, cuja atração foi o projeto de house Cumulus Groove, formado pelos produtores paraenses Sandro Alab e Bernardo Pinheiro.

Chamada para: MONDO com Eli Iwasa
Ingresso: R$15 antecipado e R$20 na hora
Local: African Bar
Início: 22hs
Ponto de vendas: Ná Figueredo (Gentil, 449)
Marcus Tattoo Studio (José Bonifácio, 219, Galeria Cyberboteco)
Orla Rio (Diogo Moia, 151)
Quintal Bar e Petiscos (Alm. Wandenkolk, quase de esquina com a Jerônimo Pimentel)

Escrito por Giovanni Bitencourt e Tinick

sexta-feira, 7 de maio de 2010

GUI BORATTO NA VEGAS (PA)!



Manga Alternativa voltando a ativa, depois de algum tempo, ou melhor, um bom tempo sem postagens, retorna para destacar que nada mais, nada menos estaremos contando com a presença ilustre (pela segunda vez) de um dos maiores destaques da cena eletrônica nacional no mundo hoje na boate Vegas em Belém.

Os fãs de música eletrônica não tem do que reclamar esse ano, Belém está sendo visitada por atrações de renome nacional e internacional, há pouco tempo tivemos a satisfação de receber, por exemplo, Dimitri Nakov, Void, Paranormal Attack, Flow & Zeo, China, Ask 2 Quit, Logica, Pedrão, Gabo, Patife e ainda teremos a vinda de Eli Iwasa na festa MONDO, Love Foxx do Cansei de Ser Sexy na Meachuta, Marky na Tuntz, Yagé na Psycholapso e, quem diria, vem ai o Festival Amazsound. Tudo isso para dizer que estamos bem servidos.

Enfim, voltando ao Gui Boratto! Vindo pela segunda vez a Belém, outra vez na boate Vegas, Gui aparece para o último final de semana da boate que vai fechar.

Na primeira vez em que veio juntamente com Dj Gabo, Boratto apresentou seu live e logo de cara largou inúmeros hits que contagiaram o público, mostrando realmente quem ele é.

Com certeza dessa vez não vai ser diferente, a festa promete hoje, dia 07.05.2010 na Vegas, Gui Boratto.

Se você não o conhece, vou contar uma historinha sobre ele.

Gui Boratto começou a se destacar por seus trabalhos em um projeto de house comercial dos anos 90 chamado Sect (http://www.youtube.com/watch?v=AMnyhGgPQKM) clássico da ítalo-house, e depois continuou realizando remixes comerciais para o mercado fonográfico.

No século XXI, Gui Boratto resolveu dar uma guinada em sua carreira fazendo o seu próprio som, foi quando produziu algumas faixas voltadas ao minimal e saiu batendo nas portas de gravadoras brasileiras.

Resultado? 0

Ninguém queria contratar Gui Boratto naquela época, ninguém queria saber de minimal, até que resolveu mandar na sorte para uma gravadora alemã chamada Kompakt e se surpreendeu com o resultado, logo foi chamado para gravar alguns EPs até seu primeiro álbum, Chromophobia de onde surgiu o hit Beautiful Life que emplacou na gringa e no Brasil.

Gui Boratto foi e é o maior responsável pela difusão do minimal em nosso país, graças a ele ocorreu esse novo boom no Brasil. No mundo todo ganhou respeito e hoje em dia fez remixes para Moby à exemplo da faixa Pale Horses, e grandes nomes da cena de música eletrônica.

Sobre o som do Gui Boratto:

O som do Gui Boratto atualmente varia entre o Progressive e Minimal, com pitadas de electro mais uma mistura intensa de melodias "tranceadas" (é isso mesmo Trance, talvez por isso tenha conquistado mais público e mudado conceitos de produtores sobre o estilo Minimal) e músicas com vocais.

Li em algum lugar essa descrição, não lembro quem escreveu mas eu acho que vem a calhar, “Gui Boratto consegue dar vida/sentimento a uma música totalmente sintética”.

Mais infos: www.e-nation.org/site

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Geração Amnésia




Numa tarde dessas da vida, fui a loja Ná Figueiredo com minha namorada dar uma olhada em umas roupas novas para comprar, quando me deparei no balcão com alguns flyers de festas que estavam por vir, e como tenho costume de colecioná-los peguei dois de cada para coleção.
O flyer que mais me chamou atenção foi de uma festa de heavy metal que ia rolar em um domingo no Amnésia Pub, e sabem o momento em que vem aquele estalo na cabeça? Pois é, foi o que aconteceu comigo, me dei conta de que precisava escrever algo urgente sobre o ambiente que se tornou um dos mais conhecidos e freqüentados espaços das tribos alternativas de nossa mangueirosa.
Para quem não conhece o Amnésia, ele está situado na Tv. Quintino Bocaiúva, n.º 522, entre as Ruas Manoel Barata e 28 de Setembro, inclusive já foi um outro pub anteriormente, para quem não lembra foi o “Barber’s club”, local onde podia se tomar uma cerveja, escutar uma música boa e cortar o cabelo. Enfim, mas o que quero dizer é que, sem dúvida alguma, ele é, atualmente, o espaço mais alternativo da cidade, reunindo festas de diversos estilos.
Nascido com a proposta de atender essencialmente o público GLBT, logo se tornaria um ambiente freqüentado por todo o tipo de gente. O Amnésia já tem em seu currículo festas periódicas, conhecidas e aclamadas do público underground como Pneumática; Radio Trash; Bulhufas; Blacksfera; Ohm Stage; Meachuta; Pogobol; etc. gerando o sucesso do bar e boate no meio alternativo.
As festas já começam as quartas, e o melhor, lotadas, com o melhor da black music, hip-hop, dub, ragga, dancehall e afins, comandadas pela galera do Blacksfera; contrastando a esse estilo, as quintas são dominadas pelos fãs de música eletrônica, sejam elas do pessoal do Bulhufas, ou Ohm Stage, ou de outros núcleos com propostas semelhantes; quanto as sextas e os sábados podem atrair diversos tipos de tribos, sejam por festas realizadas pelos próprios donos ou por outros organizadores; e, por fim, os domingos que ficam por conta dos metaleiros.
O sucesso do Amnésia pub, com certeza, está intimamente ligado ao fator liberdade de expressão e, sem dúvida alguma, a oportunidade que seus donos dão aos organizadores em explorar a festa, a música, o público sem preconceitos, essa é a receita que já rende frutos e incentiva cada vez mais a realização de festas interessantes, criando ainda uma legião de fãs.
Uma coisa é certa, o nome pode ser Amnésia, mas duvido que alguém vai apagar da memória algumas das noites que já houveram por lá, assim como ninguém vai esquecer da saudosa In Sã Nú, trocando em miúdos, esse lugar, com certeza, já entrou na história da cidade de Belém.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fim de Semana com Trance Progressivo!


No dia 25 de abril de 2009, acontece a quarta edição da festa Tierra Progresiva e dessa vez com direito a três atrações de fora. O trio já é conhecido do público de Trance daqui da cidade, o DJ Octavio Forza do México (Progressive Trance) e, o duo de DJs de Psy Trance do Maranhão, Diff (um dos Djs do Festival Fora do Tempo/MA) vs Vini.
Vale ressaltar que Diff já tocou em edições anteriores da festa Goadelic aqui em Belém e Vini tocou na última realizada no Bar Açaí Biruta em 2009, inclusive teve seu set considerado como o melhor desse evento.
Com toda essa reputação no line up, resta-nos saber um pouco sobre a história do Tierra, então vamos lá!
Marcelo Frazão, (um dos idealizadores da festa e o único que tocou o projeto para frente com algumas parcerias) teve a visão do que poderia vir a acontecer no futuro com a cena de trance psicodélico, uma saturação do gênero e arriscou pela primeira vez em Belém trazer uma atração de progressive trance no ano de 2006.

Entretanto, a primeira festa, infelizmente, custou um pouco caro para seus bolsos, pois o público ainda não sabia o que podia esperar de uma atração desse naipe. Aconteceu o previsto, a maioria não comprou a idéia, além da saturação, naquela época, ainda estava longe de chegar ao Psy Trance, pelo menos em Belém.

Contrastando com isso a festa se tornou um marco na história da cena de música eletrônica paraense, pois trouxe o progressive trance as festas open air. Ressalte-se ainda, o sítio maravilhoso, com um declive na pista de dança parecia deixar o som da festa bem mais redondo, com subgrave potente, além da decoração maravilhosa de girassóis, e bambus que erguiam a estrutura.

O artista que tocou nessa festa chamava-se Forza (o mesmo que vai tocar nessa edição) e, as poucas pessoas que lá estavam simplesmente se encantaram com ele. O carisma, o set bem construído, visitando diversos gêneros e subgêneros (começou no prog trance, depois mergulhou no prog house, quebrou o set com minimal e terminou no electro), transformaram a festa em uma das melhores já acontecidas em nossa terrinha. Tanto é verdade, que o público que lá apareceu rende elogios a festa até hoje.

Algum tempo depois, a segunda edição do evento, não refletiu a atmosfera da primeira edição, apesar do público um pouco maior. Mesmo assim, a organização não desistiu e anunciou a terceira edição do Tierra Progresiva.

A terceira edição realizada em conjunto com os organizadores da festa Insanity, foi considerado pelos freqüentadores um dos melhores eventos do ano de 2008, com um público bem superior as edições anteriores e aproveitando um dos melhores cenários que Belém/PA pode oferecer a ilha do Cumbú.

Com todos esses aspectos positivos, a festa Tierra Progresiva emplacou e entrou para a agenda dos freqüentadores de festas de música eletrônica da cidade e já está cotada para ser uma das melhores desse semestre, portanto não percam!

Ah! Sem esquecer que a festa será Open Bar! =)
Mais infos sobre o evento:
www.e-nation.org
e também na Comunidade do Tierra:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=48873826
Quer sacar o som do Forza?
www.myspace.com/djforzamusic
E o som do Diff?
www.myspace.com/diff_

domingo, 8 de março de 2009

Nuvens de Groove!



Belém, mês de março, mês de chuvas torrenciais, mês em que as nuvens estão tão carregadas parecendo que vão desabar do céu violentamente, caindo em nossas cabeças (o que de fato acontece aqui em Belém). A essas nuvens densas damos o nome de cumulus.
Por outro lado, não muito diferente a esse conceito, surge um dos projetos mais interessantes de nossa terrinha atualmente. Criado por dois músicos, disk jóqueis e, acima de tudo, fãs de boa música. A matéria desse mês no blog Manga Alternativa trata de nuvens carregadas também, mas carregadas de puro suingue e muito groove, depois de ler e só dançar!

O projeto se chama “Cumulus Groove”, sendo formado por Sandro Alab e Bernardo Pinheiro, quando moravam em sampa. Com um som misturado, de diversas influências tanto orgânicas como sintéticas, caiu no gosto de Djs de renome na cena nacional, dentre eles Camilo Rocha, Murphy, Sidney Gomes, ou seja, os caras estão com moral! =)

Enfim, sem muitos rodeios vamos ao que interessa! Entrevistamos a dupla essa sexta-feira, 06 de março de 2009.

01. Então vamos começar do "começo", conta ai pra gente como surgiu a idéia do cumulus groove?

Bernardo:
O Sandro fazia música eletrônica no playstation, naquele MTV Generation, só que o programa era realmente muito limitado mas até que ele tirava sons bem legais para um "jogo de video-game". Até que em 2007 ele comprou um laptop e instalou o Cubase X3 e começou a fuçar. E eu desde sempre acompanhei tudo, somos amigos há mais de 10 anos. Eu comecei a me interessar mesmo por produção a partir daí..., só que não saia nada que prestasse. Uns toques aqui, umas dicas ali e ele conseguiu fazer alguns loops. Então eu sempre estava ao lado vendo tudo acontecer, e vendo toda essa afinidade sonora que a gente tinha, eu sempre dei "pitaco" nas produções, e as coisas foram acontecendo naturalmente, até que o Sandro deu a idéia do nome "Cumulus Groove", eu achei a idéia do nome bem legal porque tinha haver mesmo com a nossa essência. Daí foi só continuar com toda aquela empolgação e força de vontade para aprender a manipular todos aqueles botões, e olha que ainda temos muito o que aprender.

02. O Dj Sidney Gomes adicionou uma música de vocês no podcast dele, o Dj Camilo Rocha também anda tocando faixa de vocês e até elogios do Dj Murphy vocês já receberam. Como vocês se sentem?

Bernardo:
Elogios são sempre bem vindos de qualquer pessoa que seja, ainda vindo de artistas conhecidos nacionalmente e mundialmente como o Camilo, Sidney Gomes e Murphy. E Isso foi muito legal pra gente porque serviu para mostrar que o caminho era esse: o Camilo chegou a falar para mim que gostou porque tinha uma pegada diferente, vários elementos orgânicos junto com o resto todo.

03. Vocês também são músicos né? Conta um pouquinho de onde vieram as influências de vocês. O que tocavam antes de fundar o Cumulus

Bernardo:
Eu sempre tive um contato muito grande com a música desde que eu nasci, por causa da minha família, tias, meu avô paterno, meu pai Alberto Pinheiro, na época era Dj em Belém, então sempre fui acostumado a ouvir música boa desde criança, mas nunca pensei que fosse tocar, cantar ou discotecar um dia. Quando completei meus 17 anos, minha avó me deu meu primeiro violão e comecei a estudar meus primeiros acordes. Estudei teoria musical na Uepa. Não parei mais. Formei bandas, toquei em festivais, abri shows de bandas como Engenheiros do Hawai e Capital Inicial, toquei em alguns interiores pelo Pará, acompanhei minha tia Leila Pinheiro em um show no Centur, enfim, minha vida de instrumentista e vocalista estava legal, quando "descobri" realmente a música eletrônica underground através das festas do Núcleo Cotonete (que hoje faço parte dele), acho que isso em 2002 né? Isso foi uma mudança enorme na minha vida, pois o rock era e ainda posso dizer que é uma grande paixão na minha vida. No começo eu ainda tocava e ensaiava e queria que acabasse logo para eu poder ir para as festas ou ficar treinando discotecagem, que por sinal foi o Albery que me ensinou a manipular os cdjs e acertar o pitch, isso foi meio que fácil por ser músico, sempre tive ritmo, isso facilitou bastante, ainda bem. Aí teve um tempo que meus companheiros de banda me colocaram na parede: Banda ou Dj? E como Belém na época a cena rock estava meio defasada, resolvi abrir mão de tudo para me dedicar a discotecagem. Daí pra frente é história, quem viveu, sabe....rsrs

Sandro: Bem, eu comecei a tocar bateria em meados de 1989 quando surgiu a febre das casas noturnas em Belém. Sempre fui auto ditada e buscava o conhecimento rítmico através dos inúmeros discos das coleções do meu pai... . Comecei fazendo guigs no bar "Esquina noventa" com o "CHINA" , musico de MPB e MPP das antigas, éramos voz, violão e bateria e tocávamos todo o fim de semana .. foi então que conheci outros músicos que estavam fundando na época uma banda chamada fruta quente, assim tive a oportunidade de pegar dicas e toques do baterista " cowboy", musico bastante experiente e conceituado na musica paraense. Foi ai que meus ritmos e levadas começaram a surgir efeito dando inicio a vários convites e participações em bandas e cantores como: Delço Taynara, Pedrinho Cavalero, Lucinha Bastos, Marco Monteiro, Adriana Cavalcante, Spray Jazz, Quarteto Stand BY, dentre outros... . Em meados de 2003 eu fui morar em São Paulo onde tive a oportunidade de participar da formação de outras bandas e artistas locais: Carú Freire, Marlon & Maicon, Nadjya, Maryjesus, dentre outros. Com isso tive a oportunidade de experimentar os mais diversos gêneros e estilos musicais nesses trabalhos.
Por estar em SP tive a oportunidade de estar mais em contato com a música eletrônica, sempre tive vontade e curiosidade de produzir música eletrônica. Comecei discotecando e freqüentando o circuito das festas, clubs, raves e paralelamente tive um "in sight " depois que comprei o game MTV Generation que manipulava loops, efeitos e sínteses para a montagem de grooves em diversos estilos de musica eletrônica. Com o passar dos anos fui aperfeiçoando a ferramenta de construção passando a mexer com softwares de maior alcance como Fruit Loops, Reason, Sonar e então chegando ao CUBASE, esse último permaneço ate hoje.....


04. Vocês se apresentam ao vivo, fazendo live p.a., como é a apresentação de vocês?

Sandro:
Montamos a ordem das músicas como uma cena no próprio Cubase, começo, meio e fim, seguindo alguns quesitos: bpm e agressividade. Deixamos os efeitos e alguns pads para serem sobrepostos na hora do live através de alguns vsts. O Bernardo também insere alguns trechos de voz processada (VOCODER) e eu faço os efeitos e riffs no Micro Korg. Ajustamos os faders e volumes dos canais, tal como equalização e filtragem das tracks. É basicamente isso.

05. O projeto Cumulus Groove começou em São Paulo, vocês chegaram a apresentar o live por lá? E como foi a receptividade do público com as faixas?

Bernardo:
Sim, tocamos em São Caetano (interior de São Paulo) a primeira vez num bar, onde a maioria do público lá não era "houseiro", mas mesmo assim colocamos o povo pra dançar, as pessoas que estavam sentadas ou estavam balançando a cabeça ou batendo o pé, isso já mostra que o público está gostando não é? rsrs A outra foi no Club Mary Pop em São Paulo onde era residente, nós abrimos a festa pra uma pista de 200 pessoas. Foi bem legal porque tivemos a total liberdade de conduzir a pista como queríamos, começamos num bpm baixo e depois subimos. O retorno da pista durante e depois da apresentação foi tão bom que até nos surpreendeu. Ficamos muito felizes! A aceitação foi tão boa que fomos convidados pela produtora Kelly Strike a entrar para o casting da Concha Acústica, uma agência de djs em São Paulo, em que artistas como Wild (França), Eduaro Esquível (Uruguai), Julião (SP), Benjamin Ferreira (Belém), dentre outros fazem parte.

06. Eu notei que a linha de baixo das músicas de vocês é bem redonda e assim como possuem toques sintéticos, também existe muito som orgânico. Quais as influências de vocês em termos de estilos musicais?

Sandro:
Para o bassline, a gente sempre procura pensar no groove. Somos influenciados por vários timbres e estilos do mundo musical como o funk, soul, jazz, disco music como Giorgio Moroder, dentre outros....

07. E como está o interesse dos selos, gravadoras? Algum álbum ou EP em vista?

Bernardo:
Agora estamos finalizando um remix para um Netlabel chamado Super Pussy (rsrs), o projeto se chama Ashbury e deverá ser um dos próximos releases. Por enquanto é só, mas estamos sempre fazendo nosso networking da melhor forma possível. Nosso objetivo é fazer um álbum, acreditamos que esse ano teremos ele prontinho.
08. Vocês estão voltando a Belém depois de um tempo morando em São Paulo, vocês já tem alguma festa agendada para Belém?

Bernardo: Sim, fechadas temos 3, dia 13 de março na The BOX, dia 16 de maio na festa A Xuxa tinha razão (dj set + live), e no Club Paparazzi (antigo Bora Bora) também em maio mas ainda não tenho a data certa. Estamos prestes a fechar outras datas em clubs e festas conhecidas.

09. Nossa entrevista vai chegando ao final e a última pergunta é: o que podemos esperar do cumulus para esse ano de 2009 (além do álbum)?

Bernardo:
Além de boas apresentações e boa música com inovação e conceito, queremos somar com a cena local para que ela se fortaleça cada vez mais, como criar parcerias, incentivar a produção musical, Belém tem ótimos produtores que têm ganhado espaço no cenário musical como o Henry, Vinicius Cohen, Earthquake Pill (Seninha), Sunset, dentre outros que estão começando como a gente. Esperamos que todos gostem e confiem no nosso trabalho, estamos bastante ansiosos para tocar por aqui.

Mais infos:


www.myspace.com/cumulusgroove

Matéria e entrevista realizada por Giovanni Bitencourt

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A XUXA TINHA RAZÃO







Mês de Dezembro, mês de festas, de comemorações, mês em que será realizado um dos maiores eventos de música eletrônica voltados ao Psy Trance do norte do Brasil, a festa “A Xuxa Tinha Razão” que esse ano completa três anos de existência e sucesso.

O blog “Manga Alternativa”, antenado com os eventos undergrounds de nossa terrinha, resolveu bater um papo com Ricardo Carvalho “fofuxo”, um dos organizadores dessa grande festa que ocorrerá no dia 13 de Dezembro de 2008.

O início de tudo!

Em Julho de 2005, dois amigos paraenses, fãs de Psy Trance resolveram realizar uma grande aventura, viajar pela primeira vez a um Festival de música eletrônica. Eles só não contavam que tal viagem ficaria marcada em suas vidas, assim como dariam novos rumos ao cenário de música eletrônica (principalmente ao Psy Trance) em Belém.
O Festival era a Trancendence, um dos maiores de nosso país, contando com cinco dias ininterruptos de festa, sempre relacionando música, natureza e consciência ambiental, cultura, arte em geral e muita, mas muita psicodelia, um estilo totalmente voltado ao conceito pregado pelos amantes do trance psicodélico.
Os dois amigos, Ricardo Carvalho e Waldiney Júnior, ficaram tão maravilhados com aquele conceito que resolveram mostrar a seus amigos o que haviam aprendido. Inclusive que, estavam decididos a importar aquele estilo de festa aos solos paraenses.
Sendo assim, juntaram forças e criaram a festa “A Xuxa Tinha Razão”, definindo um padrão diferente das festas de música eletrônica da cidade, sendo de cunho totalmente alternativo, respeitando os princípios aprendidos naquele Festival, assim como também fundaram a produtora “Núcleo X”.
Esse ano, a festa “A Xuxa tinha Razão” está em sua oitava edição, completando 3 anos de existência, sendo referência no norte do Brasil, além de ser respeitada nacionalmente. O sucesso é tão grande que pessoas de diversos Estados comparecem ao evento.
O Bate-papo!

Depois de alguns dias de desencontros, devido as “correrias” de fim de ano, conseguimos bater um papo com Ricardo Carvalho, um dos fundadores da festa e da produtora Núcleo X e saber mais sobre esse evento, além de conversar sobre alguns pontos polêmicos na cena eletrônica em Belém.
MA – Então, primeiramente, obrigado por conceder essa entrevista ao blog manga alternativa.
RC - Que isso Gio, eu que agradeço, fiquei muito feliz pelo convite.
MA - E por segundo, vocês disseram que ao viajar para o Festival Trancendence, tiveram a idéia de trazer o conceito dos festivais a Belém. Mas quando realmente começou a festa Xuxa?

RC - Tudo começou após o Festival, quando eu e o Waldiney retornamos da chapada, viemos decidido a fazer uma festa, a primeira festa da xuxa foi no dia 29 de set. de 2005, menos de 2 meses depois do festival. Foi uma festa open bar que deram 190 pessoas.

MA - Após essa festa, rolou a famosa festa com o Ganjasonic? Ou ainda rolaram mais algumas?

RC - Isso mesmo, depois dessa de setembro, fizemos no mês de abril de 2006 nossa segunda festa, me desculpa, mas não lembro a data exata.

MA - Essa festa com o Ganjasonic foi a que catapultou a condição de uma das melhores festas de Psy Trance da região. Vocês imaginavam aquele mundaréu de pessoas?

RC - Deixa eu esclarecer, esta festa que você está falando, que deu muita gente foi a terceira edição no dia 7 de Setembro de 2006, a de abril foi open bar.

MA - Ah! Deixa ver se eu entendi. Então, rolaram duas festas open bar?

RC – Isso. Em junho desse ano também rolou outra open bar, totalizando 3 festas open bar. O Ganjasonic veio nas duas, pois o sucesso do live na de abril nos empolgou em fazer uma festa maior e trouxemos eles de novo junto com o Beat Gate e Swe Dagon.
Agora primo, nós não esperávamos aquele mundo de gente, porque naquela época não estavam dando nem 500 pessoas, imagina festa afastada do centro da cidade??
Nós encomendamos 1000 pulseiras, e para nosso espanto, meia noite tinham acabado todas, foi foda, pois não estávamos preparados para tanta gente, ai tivemos problemas no nosso bar, a água acabou 4h da manhã e a cerva 8h. Foi foda. Só chegaram os produtos durante a festa.
Vale lembrar que esta festa de setembro q deu muita gente, foi de 24h.

MA - Pode crer! Eu lembro que rolou uma superlotação, mas apesar disso todo mundo falou bem da festa!

RC – Isso.

MA - E depois rolou aquela festa com o Yagé no Natal? Ou rolaram mais algumas antes?

RC - Não.. depois dessa de setembro foi a do natal. Este ano fizemos 3 festas. Trouxemos os lives do Yagé e do Chipset, mais o dj marcel de Araguaina.

MA - O que é bacana é que as atrações da Xuxa sempre foram diferentes das atrações do mainstream do Psy Trance (Eskimo, Skazi, etc.), isso é uma proposta da Xuxa?

RC - Sempre primo! Pois nossa festa não tem nenhum tipo de patrocínio. Primeiramente não temos como pagar esses cachês caros e projetos nem tão conhecidos também fazem a vibe e tipo, optamos por gastar grana em estrutura e decoração, pois não é exclusivamente o dj responsável em fazer a vibe, o principal é o público, e em nossas festas, procuramos proporcionar o máximo de conforto para nosso publico para que sintam-se bem em nossas festas e continuem freqüentadores assíduos.

MA - Peso! E, realmente, isso não se pode negar, o serviço prestado pelas festas da Xuxa como bar, som, iluminação e decor estão de primeiríssima linha.

RC - Para mim o sound system é 50% de uma festa de e-music
MA - Com certeza. Você tocou na questão do patrocínio. No ponto de vista de vocês, como vocês lidam com a questão de não haver patrocínios para as festas de e-music? É um grande problema no entender de vocês? Ou vocês conseguem lidar com a situação?

RC - Primo, no início isso era problema, porque queríamos que nossa festa fosse igual a Tancendence, mas era sonho nosso. Hoje em dia é de boa, com o tempo aprendemos que temos primeiro de estudar as possibilidades, não dá pra gastar 50 mil numa festa se sabemos que o nosso público não passa de 2 mil pessoas, estou falando de festas afastadas do centro de Belém.
Agora o lado negativo da questão patrocínio, é do patrocinador não querer atrelar sua imagem a rave pela questão droga. Somente por isso. Isso me deixa bastante triste.

MA - Vamos pegar um assunto agora que está em discussão entre os freqüentadores e organizadores de festas de e-music aqui no Pará. O que vocês acham da cena de música eletrônica em Belém atualmente? Está melhor ou está caindo? Resumindo, como vocês vêem a cena?

RC - Bom, esse assunto nunca é consenso, mas aqui vai uma opinião pessoal, sem ser pelo núcleo. Em 2005 quando a polícia começou a não liberar os alvarás para as festas de e-music foi o ano em que a cena caiu, caiu não, desabou, porque os núcleos que ganhavam muito dinheiro nas grandes raves trazendo, skazi, eskimo, paranormal e etc. se desinteressaram em fazer pois não teriam o lucro esperado.
Mas no meu ver isso foi bom e por quê??? Porque foi nesse mesmo ano que nós e núcleos como Goadelic e Insanity surgiram. E a partir dai começou uma nova mentalidade na produção de festas.
Devido a repressão da polícia, as festas tiveram de se afastar do centro da cidade, foram para as cidades de Benfica, Benevides, Marituba, etc. E tudo é um processo primo!
No início, as festas mais afastadas eram chamadas de pvt, dando 200, 300 pessoas e hoje podemos observar o crescimento do público nessas festas.
Então, ao meu ver, atualmente, a cena atual ainda está em processo de crescimento e creio que trabalhos sérios que os núcleos estão desenvolvendo vão fazer que a cena cresça mais ainda. Agora primo, estou falando de festas de Psy Trance. Open Air.

MA - Agora sobre a festa de 3 anos! Porque o nome Xuxa: A Evolução? E o que podemos esperar dessa Evolução?

RC - Tudo em nossa vida, passa por evolução, e nós não somos diferentes, nessas 7 festas que fizemos tivemos muitos erros e acertos, e o homem para evoluir precisa errar, errar mais aprender com os erros, e hoje somos um núcleo maduro e claro, uma festa madura, consolidada e respeitada na cena.
E evolução porque acreditamos q a cena está em evolução atualmente, e acreditamos tanto nela, que dessa vez decidimos investir em um live gringo respeitado para comemorar a evolução da nossa festa.
O público pode esperar a maior festa já preparada pelo núcleo, com toda a estrutura, sempre nos preocupamos com a segurança do nosso público, isto é essencial para a nossa credibilidade, isso é um dogma para nos, mais uma vez inovamos, teremos nossa área cultural, com amostra de vídeos, workshop para fabricação e prática de malabares e uma super decoração. A maior tenda que já veio para Belém.
Um palco massa. Cara, o público pode esperar uma super festa, com a marca do núcleo-x para entrar para a história e representar a evolução da cena trance em Belém.

MA – Então é isso. Quer deixar alguma mensagem para os baixinhos da Xuxa? Risos.

RC – Quero. Peço que nosso público vá disposto a se divertir com muita paz no coração para que possa contribuir para fazer uma super vibe, para fecharmos o ano com chave de ouro.

Últimas infos!

Para quem quiser dar uma passeada pela edição de aniversário da festa “A Xuxa tinha Razão”, a festa começará às 21:00 do dia 13 de Dezembro de 2008 e contará com os Lives E-Jekt (Israel), Ganjasonic (Brasil) e Silent Enemy (Brasil/PA), além dos Djs do núcleo e de nossa terrinha.
Maiores informações (mapa, line up, etc.) pelo site http://www.e-nation.org/ e para facilitar mais a vida de vocês vou deixar o link para irem direto ao assunto: http://www.e-nation.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=2407

É isso!

Matéria e entrevista por Giovanni Bitencourt
Obs: Obrigado ao Tinick por ceder gentilmente a imagem.